terça-feira, 12 de abril de 2011

IF YOU


Se eu realmente acreditasse que você é feliz assim, juro que me juntaria a essa sua forma medíocre de vida. Se algum dia você me provasse, ainda que sem muita firmeza, que é feliz passando os seus dias errando de boca em boca, apenas em rostinhos bonitos, com pessoas que não sabem nada sobre você... Se você me disser que isso faz de você uma pessoa mais realizada e mais leve, certamente a sua vida se tornaria a minha.

Se você me prometesse que isso faria de mim alguém mais feliz, menos angustiada, menos ansiosoa e com menos expectativas em relação aos outros e a mim mesma, eu faria isso. Eu deixaria de ler todos os livros, ouvir todas as músicas, assistir filmes e experimentar coisas que fazem de mim o que sou hoje para me juntar a você.

Se você me mostrasse uma maneira de me desobrigar a ser tão falsamente educada, gentil e atenciosa... Se você abrisse para mim a porta de um lugar onde sorrisos forjados pela necessidade de ser bem aceita são desnecessários... Se você me proporcionasse um lugar silencioso, onde só poderia ouvir os agradáveis sons das vozes das pessoas amadas... Eu abandonaria tudo e me uniria a você.

Eu me juntaria a você se isso curasse a minha vontade de morrer, meu desejo de sumir, minha saudade dos momentos que não voltam mais... Se estar ao seu lado me incentivasse a ver o lado bom das coisas ao invés de perceber sempre a escuridão sem fim de uma vida apática e indiferente, eu juro que carimbaria meu passaporte rumo à sua companhia.

Mas você não promete nada. Você é apenas uma pessoa tão perdida quanto eu, que disfarça sua agonia e vazio achando que abala, pegando sempre alguém no qual não te dá valor algum, trepando inconsequentemente, magoando quem quer que passe por seu caminho equivocado e oco. Juntar-me a sua quadrilha de sádicos sentimentais seria abdicar de mim mesmo, de minha visão romântica/utópica/irreal da vida. Isso seria bom? Isso seria ruim? Quem pode dizer?

Se eu pudesse fazer isso comigo, me abandonar, a mim e a meus conceitos sem que tivesse vergonha de me olhar no espelho, certamente eu me juntaria a você. Mas um resquício de esperança ainda sobrevive em meio aos destroços que recolho diariamente. E eu riu profundamente de você! HAHAHA

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