
Odeio tudo em mim. Meu nome, minha aparência, minha tendência a gostar mais do que ser gostada, minha voz, minha sensibilidade exagerada, minha total falta de ânimo de romper esse marasmo que me afoga, meu talento em escolher sempre o caminho mais difícil e pedregoso para qualquer objetivo.
Vejo pessoas doentes lutando para sobreviver e me pergunto o motivo que as leva a essa batalha inglória. Vejo gente jovem e de bem com a vida morrendo tragicamente enquanto eu permaneço tão saudável que dá nojo!! Daria tudo pra trocar de lugar com alguém que teve a sorte de ir embora desse mundo que há muito não me encanta - se é que um dia encantou. Tento me lembrar em que momento da minha existência eu parei de ser feliz e chego à conclusão de que provavelmente isso nunca aconteceu de verdade. Sempre me senti deslocada, solitária, triste, como alguém que não foi convidada pra festa... Sempre me julguei incapaz de despertar um amor capaz de me salvar - e a vida me provou que eu estava certa, pelo menos uma vez! Não sou especial. Minha tendência a ser uma pessoa compreensiva só serve pra me machucar - porque ninguém quer me compreender quando eu mais preciso. Quando eu mais preciso de um abraço é quando mais me sinto sozinha. E solidão por solidão prefiro a eterna!
Eu tive o vislumbre de uma vida verdadeira! E hoje sou obrigada a continuar com a falsa vida...
Ninguém, nenhum filho da puta acredita na sua dor a não ser que te veja sofrendo pessoalmente. Ninguém acredita que poderia te perder, se te perdesse de verdade. Ninguém acreditaria que você não morreria, se te vissem morrendo.
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